Abertura de Câmbio

Câmbio começa a quarta em alta, cotado ao redor de R$ 5,67

 
Leonel Oliveira Mattos
Lucca Bezzon
Vitor Andrioli

 

Dólar deve refletir Ptax de fim de mês e decisões de BCs

▼ Taxa de câmbio (USDBRL): ~R$ 5,61 (-0,2%)
▼ Dollar Index (DXY): ~104,1 pontos (-0,3%)

O movimento do último pregão do mês deve apresentar maior volatilidade nos horários utilizados pelo Banco Central (BC) para a formação da taxa Ptax de fim de mês, entre as 10h00min e as 13h10min. Adicionalmente, o mercado de divisas deve repercutir a alta de juros pelo Banco Central do Japão enquanto aguarda pelas decisões de política monetária do Banco Central do Brasil e do Federal Reserve.

Agenda do dia (horário de Brasília):
•    Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua de junho (IBGE) – 09h00min.
•    Pesquisa de empregos privados dos EUA em julho (ADP) – 09h15min.
•    Índice de Custo da Mão de Obra americana do segundo trimestre (BLS) – 09h30min.
•    Índice Gerente de Compras (PMI) de Chicago de julho (ISM) – 10h45min.
•    Fluxo cambial semanal (BC) – 14h30min.
•    Decisão de política monetária do Federal Reserve – 15h00min.
•    Entrevista do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell – 15h30min.
•    Decisão de política monetária do Banco Central do Brasil – 18h30min.
•    Índice Gerente de Compras (PMI) industrial de julho para a China (S&P Global / Caixin) – 22h45min.
 

Taxa Ptax de fim de mês O dólar negociado no mercado interbancário apresentava tendência de alta nas primeiras operações desta quarta-feira, quando era cotado ao redor de R$5,67 (10h30min). O volume de negócios pode apresentar maior volatilidade dentro das janelas de horários utilizadas pelo BC para o cálculo da taxa Ptax de fim de mês, entre as 10h00min e as 13h10min. A taxa Ptax é uma referência divulgada diariamente pelo BC e seu valor de fim de mês é muito utilizado em contratos de câmbio e derivativos. Desta forma, os operadores do mercado intensificam suas operações durante estes intervalos, disputando a sua definição.

BoJ aumenta juros e fortalece iene Nesta madrugada, o Banco Central do Japão (BoJ) aumentou a sua taxa básica de juros de um intervalo entre 0,0% e 0,1% a.a. para 0,25% a.a., bem como anunciou que deve reduzir seu ritmo de compras de títulos da dívida do país a partir de 2026. Após décadas de estímulo monetário massivo, o BoJ sinaliza que está mais confortável com o nível de inflação do país, prevendo que se mantenha ao redor da sua meta de 2% anuais, e indica que está preocupado com o valor do iene. O Ministério das Finanças japonês admitiu hoje que gastou US$36,2 bilhões em intervenções no mercado de moedas do país entre 27 de junho e 29 de julho, após gastar US$ 62,7 bilhões entre 26 de abril e 29 de maio. A elevação dos juros básicos japonês ajuda na atração de capitais estrangeiros no país, o que, por sua vez, fortalece o iene e prejudica o desempenho de moedas utilizadas para operações de “carry trade” (ou carrego), como o real e o peso mexicano. Como o iene costuma ser usado por operadores do mercado financeiro como moeda de “funding” para essas operações, uma valorização da moeda reduz os rendimentos dessas transações e estimula os agentes a desfazerem suas posições. Ou seja, é comum entre investidores tomar recursos no sistema financeiro japonês, com baixo nível de juros, e converter em reais para aplicação no sistema financeiro brasileiro, de juros mais elevados. Com a desmontagem das posições, há venda elevada de reais para saldar os financiamentos japoneses originais, enfraquecendo a moeda brasileira.

Postura mais branda do FOMC Adicionalmente, o mercado de divisas deve se manter em compasso de espera pelas decisões de política monetária nos EUA e no Brasil, às 15h00min e às 18h30min respectivamente. Nos Estados Unidos, espera-se que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) mantenha as taxas de juros inalteradas entre 5,25% e 5,50% a.a., porém sinalizando um início de afrouxamento monetário para a decisão de setembro. Como nos últimos meses, o comunicado de hoje deverá enfatizar novamente a necessidade de uma postura cautelosa pelo Federal Reserve e de evidências claras de que a inflação está se estabilizado no país para justificar um corte de juros. Nesse contexto, a divulgação de indicadores recentes que apontam para uma desaceleração no mercado de trabalho nas últimas semanas é consistente com a tendência de normalização inflacionária sem gerar receios excessivos de uma queda abrupta da atividade econômica, o que deve motivar o Fed a adotar um tom mais otimista sobre corte de juros no futuro. Contribui para as apostas de corte de juros em setembro, também, a divulgação de hoje do ADP para a variação de 122 mil empregos privados não-agrícolas americanos em julho, abaixo da estimativa mediana de 147 mil para o período. O dado reflete um esfriamento do mercado de trabalho nos EUA, principal fator de preocupação inflacionária para o país, e segue em linha com demais dados recentes.

Postura mais firme do Copom Quanto à decisão de política monetária no Brasil, apesar de esperar-se que o Comitê de Política Monetária (Copom) também deva manter a taxa básica de juros (Selic) inalterada em 10,50% a.a., o comunicado pode trazer um tom mais rígido contra a inflação. A leitura desfavorável do último IPCA-15 e o ambiente de negócios estressado com o pessimismo sobre a evolução das políticas fiscal e com ativos de risco podem levar o Copom a defender uma postura mais contracionista. Assim, nesse quadro de maior cautela e receio, os investidores avaliarão o comunicado da decisão em busca de sinais sobre a conduta futura do Comitê e de menções sobre a possível trajetória dos juros básicos. Se o BC de fato mostrar uma disposição de manter a política monetária mais rígida, é possível que contribua para reduzir levemente a percepção de riscos de ativos brasileiros, além de sinalizar uma perspectiva de diferencial de juros maior em relação a outras economias, contribuindo para um fortalecimento do real.
 

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS

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Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e StoneX cmdtyView.
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