Câmbio abre a sexta em baixa, cotado ao redor de R$ 5,51
Dólar deve refletir IPCA de julho e falas de Galípolo
▼ Taxa de câmbio (USDBRL): ~R$ 5,51 (-1,1%)
▼ Dollar Index (DXY): ~103,11 pontos (-0,1%)
O mercado de divisas deve repercutir a divulgação do IPCA de julho mais alto que o estimado, bem como falas do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, e dados de inflação chinesa.
Agenda do dia (horário de Brasília):
• Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho (IBGE) – 09h00min.
• Posição semanal dos agentes de mercado (CFTC) – 16h30min.
IPCA maior que o esperado O dólar negociado no mercado interbancário apresentava tendência de queda nas primeiras operações desta sexta-feira, quando era cotado ao redor de R$ 5,51 (10h30min), refletindo um aumento maior que o esperado para o IPCA em julho, que cresceu 0,38% ante a junho, acima da estimativa mediana de 0,35%, e passou para uma alta em 12 meses de 4,23% para 4,50% no período. As medidas subjacentes também mostraram uma pressão inflacionária mais elevada, com um crescimento de 0,44% no núcleo do indicador, que exclui os voláteis componentes de alimentação e serviços, 0,75% nos preços de serviços e 1,08% nos preços administrados. O IPCA foi puxado pelo aumento dos preços de combustíveis, como gasolina (+3,15%), etanol (+5,90%) e diesel (+1,03%), bem como passagem aérea (+19,39%) e energia elétrica residencial (+1,93%). Já a deflação mensal do grupo de alimentação e bebidas, de -1,00%, ajudou a limitar a alta do índice no mês. O dado deve reforçar preocupações de investidores com a dinâmica inflacionária brasileira, em meio a uma longa deterioração das expectativas inflacionárias e alertas mais firmes do Banco Central (BC) sobre um balanço de riscos assimétrico e viesado para alta. Isto, por sua vez, sugere que o BC deve manter o nível da taxa básica de juros (Selic) mais elevado por mais tempo, o que favorece o diferencial de juros brasileiro frente a outras economias e a captação de investimentos estrangeiros, fortalecendo o real.
IPCA acumulado em 12 meses (%) segundo agrupamentos selecionados
Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração: StoneX.
Galípolo reforça compromisso do Copom Contribui para o fortalecimento do real, também, falas de ontem do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, que buscou sinalizar um compromisso do Comitê de Política Monetária (Copom) como um todo com a estabilização de preços. Galípolo enfatizou a importância de uma política monetária proativa em face das pressões inflacionárias internacionais e domésticas, destacando que, apesar das incertezas globais, é fundamental que o Banco Central permaneça preparado para ajustar sua política conforme necessário para ancorar as expectativas de inflação, inclusive com potenciais aumentos na taxa Selic. O diretor avaliou que o cenário atual é “desconfortável” para a autoridade monetária, com um balanço de riscos inflacionários viesado para alta e com elevada volatilidade dos ativos domésticos e internacionais, reforçando que a condução de política monetária do BC deverá ser inteiramente baseada nos dados mais recentes, de modo a evitar surpresas e manter o mercado alinhado com os objetivos de política monetária. Galípolo destacou ainda a decisão do governo Lula de manter a meta de inflação em 3%, refletindo um compromisso do governo federal com a estabilidade econômica e mitigando os efeitos adversos da inflação na vida da população.
Inflação na China preocupa Pode reduzir o apetite por risco dos investidores hoje, adicionalmente, a divulgação dos dados de inflação na China de julho, que ainda indicam a fragilização do mercado consumidor no país. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) subiu a uma taxa um pouco maior do que a esperada, impulsionada sobretudo por fatores sazonais, como efeitos climáticos no fornecimento de alimentos. Entende-se, por sua vez, que os dados mostram um contraste acentuado entre o CPI com o setor alimentício incluso e sem o setor, de forma que nenhum dos outros bens e serviços apresentou movimentos inflacionários e sugerindo a ausência de sinais de recuperação na demanda doméstica. O setor consumidor da China tem sido um ponto de atenção para Pequim, intensificado por uma perspectiva de desaceleração do setor manufatureiro e pelo aumento das percepções de risco com a economia global. O Índice de Preços ao Produtor (PPI), por sua vez, demonstrou a persistência da deflação para o indicador, contribuindo para um cenário de temor com a atividade econômica no país.
TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e StoneX cmdtyView.
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