Câmbio abre sexta baixa, cotado ao redor de R$ 5,46
Dólar repercute bom humor externo
▼ Taxa de câmbio (USDBRL): ~R$ 5,46 (-0,5%)
▼ Dollar Index (DXY): ~102,67 pontos (-0,4%)
O par real/dólar operava em baixa nas primeiras negociações desta sexta-feira (16), repercutindo a melhora no apetite por risco dos investidores ao redor do mundo, cotado a R$ 5,46 (10h30min), em queda diária de 0,3%. A semana se encerra com mais um conjunto de indicadores da atividade econômica dos Estados Unidos no radar, além da fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, às 10h (horário de Brasília). Ao longo da semana, as cotações da taxa de câmbio da moeda brasileira responderam à redução dos receios no mercado com a possibilidade de uma recessão na economia americana, assim como à comunicação coordenada dos diretores do BC reforçando a mensagem de preocupação com o processo de desinflação e abertura a uma elevação da Selic, caso necessário.
Agenda do dia (horário de Brasília):
• Entrevista à rádio do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva – 08h00min.
• Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de agosto (FGV) – 08h00min.
• Indicador do Comércio Exterior (Icomex) de julho (FGV) – 08h00min.
• Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de junho (IBGE) – 09h00min.
• Construções de moradias iniciadas em julho (Census Bureau) – 9h30min
• Palestra do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto – 10h00min.
• Monitor do PIB de junho (FGV) – 10h15min.
• Confiança do consumidor de agosto nos EUA (UMich) – 11h00min.
• Palestra do presidente do Federal Reserve de Chicago, Austan Golsbee – 14h25min.
Lula e o BC Em entrevista nesta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou atenuar a desconfiança do mercado com uma possível interferência do governo na condução da política monetária, pressionando o Banco Central a ter uma postura mais frouxa. “Eu, às vezes, fico chateado porque as pessoas se esquecem que eu fui presidente durante oito anos e eu tive um presidente do BC durante oito anos. Quando tem que aumentar os juros, tem que aumentar”, disse Lula. Apesar da demonstração de alinhamento com a estratégia atual da autoridade monetária, que mantém na mesa a possibilidade de um ajuste na trajetória dos juros na busca pela reancoragem das expectativas para a inflação à meta, Lula voltou a atacar Campos Neto, afirmando que ele “(...) desagradou o país, desagradou o setor produtivo deste país.” Ao falar sobre a indicação de novos nomes para a diretoria e presidência do BC, que ocuparão seus postos entre 2025 e 2028, Lula não cravou a escolha de Gabriel Galípolo e tentou sinalizar isenção nesse processo. “Eu não sei se é o Galípolo, eu sei que eu tenho o direito de indicar o presidente do BC (...) e tenho que indicar mais alguns diretores. (...) A pessoa que eu indicar não deve favor ao presidente da República. A pessoa que eu vou indicar é uma pessoa que vai ter compromisso com o povo brasileiro.” Ainda segundo o presidente, a nomeação e aprovação da nova gestão do BC deve ser célere, coordenada com a presidência do Senado Federal e a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), para que se evite “desgaste de especulação política durante meses e meses”.
Novos indicadores para a economia americana No exterior, os investidores continuam atentos aos dados da economia americana. Ontem, o indicador mensal de vendas no varejo e o relatório semanal de pedidos iniciais de auxílio-desemprego reforçaram a resiliência da economia e do mercado de trabalho dos EUA, melhorando o sentimento dos agentes de mercado e reduzindo as preocupações com uma possível recessão no país. Com essa melhora no cenário, ativos de risco e moedas de mercados emergentes, como o real brasileiro, têm mostrado ganhos. Nesse sentido, novos indicadores econômicos divulgados hoje entram no radar, com potencial de influenciar tanto o humor dos agentes quanto as cotações no mercado de câmbio. Entre as divulgações, embora geralmente sejam considerados indicadores secundários, os dados de construção de novas residências pelo Departamento do Censo americano e a pesquisa de confiança do consumidor, divulgada pela Universidade de Michigan, podem ganhar relevância no atual contexto. Divulgados mais cedo, os números de novas residências ficaram abaixo do esperado, totalizando cerca de 1,24 milhão de novas casas, ante mediana das expectativas de 1,34 milhão. Esse resultado é 4% inferior ao indicador de junho, que registrou 1,45 milhão de novas casas, e 7% abaixo da taxa de julho de 2023, quando foram contabilizadas 1,5 milhão de novas casas. Individualmente, esse indicador possui baixo potencial de influenciar o humor do mercado, entretanto, pode contribuir para a formação de um cenário menos otimista. Nos próximos dias, investidores devem continuar acompanhando os indicadores da economia americana, com o objetivo de avaliar a saúde econômica e ajustar suas expectativas para a decisão do Federal Reserve sobre a taxa de juros, prevista para o dia 18 de setembro.
TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e StoneX cmdtyView.
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