Câmbio inicia a quinta em alta, cotado ao redor de R$ 5,55

Dólar deve refletir expectativas para os juros no Brasil e nos EUA

▲ Taxa de câmbio (USDBRL): ~R$ 5,55 (+1,2%)
▲ Dollar Index (DXY): ~101,3 pontos (+0,2%)

O mercado de divisas deve repercutir as falas de diretores do Banco Central do Brasil, buscando calibrar expectativas para a trajetória da taxa básica de juros (Selic). Adicionalmente, investidores observam a divulgação de novos dados para a economia americana enquanto aguardam pela palestra do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no Simpósio Econômico de Jackson Hole, amanhã.

Agenda do dia (horário de Brasília):
•    Ata da última decisão de política monetária do Banco Central Europeu – 08h30min.
•    Pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA (DOL) – 09h30min.
•    Arrecadação federal brasileira de julho (SRF) – 10h30min.
•    Prévia do Índice Gerentes de Compras (PMI) industrial e de serviços nos EUA em agosto (S&P Global) – 10h45min.
•    Palestra do diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen – 11h00min.
•    Palestra do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo – 14h30min.

Expectativas para os juros brasileiros O dólar negociado no mercado interbancário apresentava tendência de elevação nas primeiras operações desta quinta-feira, quando era negociado ao redor de R$ 5,55 (10h30min). Investidores devem se manter atentos às declarações dos diretores de Política Monetária e de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen e Gabriel Galípolo, buscando calibrar expectativas para a trajetória dos juros brasileiros após sinalizações ambíguas nos últimos dias. No começo da semana, as apostas para uma alta na taxa básica de juros no curto prazo se elevaram após comentários de Galípolo reforçarem uma percepção de desconforto da autoridade monetária e parecerem mais inclinados para uma elevação da Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Contudo, essas apostas enfraqueceram após o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, pregar uma postura mais cautelosa e evitar referendar a ideia de que uma alta dos juros é inevitável. Com isso, as declarações de Guillen e Galípolo podem ajudar a esclarecer a visão do Copom sobre a conjuntura atual e balizar as apostas dos agentes do mercado financeiro para a Selic no curto prazo.

Expectativas para os juros americanos Nos Estados Unidos, investidores se mantém em compasso de espera pela fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no simpósio anual de Jackson Hole, amanhã (23). O evento, realizado anualmente pelo federal Reserve de Kansas City e que se prolonga até sábado (24), reúne autoridades monetárias de todo o mundo com o objetivo de discutir a política monetária e as tendências econômicas globais. As falas costumam atrair a atenção dos investidores, já que declarações feitas tanto em discursos oficiais quanto em entrevistas paralelas pelos principais formuladores de políticas monetárias podem influenciar a movimentação dos mercados de ativos. Adicionalmente, pode influenciar o mercado de divisas hoje, adicionalmente, indicadores de atividade econômica no país. Os dados semanais de auxílio-desemprego, indicador importante sobre o mercado de trabalho, foram divulgados em 232 mil novos pedidos, próximo à mediana das estimativas do mercado. Mais tarde, as prévias dos PMI (Índice Gerente de Compras) de serviços e da indústria de agosto para os EUA podem calibrar as percepções dos investidores com relação à saúde do setor produtivo do país. Vale destacar que, ontem, a revisão anual dos dados de emprego nos EUA revelou uma queda significativa no número de postos de trabalho, indicando que o mercado de trabalho americano foi menos robusto do que inicialmente estimado durante o período analisado e realimentando as preocupações de uma desaceleração econômica mais acentuada do que o esperado nos EUA.
 

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS

Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e StoneX cmdtyView.