Câmbio fecha quinta em forte alta, cotado a R$ 5,590
Dólar reflete mau humor global e dúvidas sobre alta da Selic
▲ Taxa de câmbio (USDBRL): R$ 5,590 (+2,0%)
▲ Dollar Index (DXY): 101,5 pontos (+0,5%)
O mercado de divisas repercutiu o fortalecimento generalizado da moeda americana em uma sessão de aversão a riscos, bem como dúvidas sobre a condução da política monetária brasileira após um discurso mais brando do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Variações | No dia: +1,96% | Na semana: +2,24% | No mês: -1,17% | No ano: +15,22% | Em 12 meses: +13,22% |
Mau humor externo O dólar negociado no mercado interbancário apresentou nesta quinta-feira a maior alta do ano, de +1,96%, em uma sessão marcada pelo mau humor tanto domesticamente quanto no exterior. A moeda americana se fortaleceu globalmente, em um possível movimento de realização de lucros após o dollar index atingir o nível mais baixo do ano, ontem, e de preocupações reiteradas de que a economia americana possa estar desacelerando mais intensamente do que o imaginado. A divulgação de que o componente de emprego da prévia do Índice Gerente de Compras (PMI) americano de agosto recuou reforçou temores de que o mercado de trabalho americano possa estar mais fraco do que o antecipado e elevou as expectativas para sinalizações sobre a condução da política monetária no discurso de amanhã do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no simpósio anual de Jackson Hole.
Dúvidas sobre a Selic Adicionalmente, contribuiu para o enfraquecimento do real o discurso dos diretores de Política Monetária e de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen e Gabriel Galípolo, que reforçaram a percepção de ambiguidade e contradição no tom das afirmações de integrantes do BC. Nas últimas sessões, os investidores têm buscado calibrar as expectativas para trajetória da taxa básica de juros (Selic), em função de algumas declarações tidas como mais conservadoras de Galípolo e de outras tidas como mais brandas pelo presidente da instituição, Roberto Campos Neto. Nos discursos de hoje, apesar de ambos se esforçaram para ressaltar a coesão dos integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom) e largamente apresentaram uma análise semelhante entre si. Contudo, Guillen acabou sendo interpretado como mais firme, por destacar que o mercado de trabalho está mais forte e dinâmico que o previsto, que houve deterioração na percepção fiscal e que o cenário está mais desafiador, enquanto Galípolo acabou lido como mais suave, por mencionar que todas as opções permanecem à mesa para a decisão de setembro, inclusive uma alta, e que tal decisão vai depender dos dados que se apresentem até a reunião. A percepção de desalinhamento e ambiguidade nas declarações dos membros do Copom acabou por aumentar as inseguranças e incertezas dos investidores quanto à trajetória da Selic e resultou em uma elevação na percepção de riscos de ativos brasileiros.
Mercado de moedas
Fonte: StoneX cmdtyView. Elaboração: StoneX.
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