PIB nos EUA surpreende O dólar negociado no mercado interbancário apresentava forte tendência de elevação nas primeiras operações desta quinta-feira, quando era cotado ao redor de R$ 5,63 (10h30min). No exterior, os investidores devem repercutir a divulgação de dados econômicos nos EUA, com o objetivo de ajustar suas expectativas em relação à trajetória da política monetária no país. Com relação ao mercado de trabalho, os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA saíram em linha com as últimas divulgações e não trouxeram surpresas, registrando 231 mil novos pedidos, ante mediana das expectativas de mercado que previa 230 mil pedidos. Por outro lado, a percepção de risco dos investidores pode ser influenciada pela divulgação da segunda estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) referente ao segundo trimestre. O dado, que revisa a estimativa preliminar divulgada em 25 de julho, apresentou uma correção ascendente, indicando que o PIB dos EUA cresceu a uma taxa anualizada de 3% no período, em comparação à estimativa inicial de 2,8%. Adicionalmente, houve uma revisão na variação do Índice de Preços de Gastos com Consumo Pessoal (PCE) para o segundo trimestre, com o índice geral sendo ajustado de 2,3% para 2,5%. O núcleo do índice, que exclui os componentes voláteis de energia e alimentos, por outro lado, registrou uma leve revisão para baixo de 2,9% para 2,8%. As revisões otimistas para o nível de atividade no país podem reforçar as preocupações sobre a resiliência da economia dos EUA e, consequentemente, a persistência de pressões inflacionárias. Nesse sentido, podem impactar a avaliação dos investidores acerca da possibilidade um afrouxamento monetário mais rápido e sustentável pelo Federal Reserve, o que tende a fortalecer o dólar globalmente.

Indicação de Galípolo ao BC Adicionalmente, investidores podem continuar a reagir à indicação do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, para o comando do Banco Central a partir do próximo ano. Galípolo era o nome mais cotado por analistas para assumir o cargo, de forma que os efeitos de sua nomeação já haviam sido antecipados em boa medida. A indicação antecipada pode ser lida como uma tentativa pelo Executivo de reduzir preocupações de agentes do mercado financeiro com a condução da política monetária, visto que as posturas e condutas de Galípolo já são conhecidas há mais de um ano e, assim, as possibilidades de mudanças bruscas para a política monetária se reduzem.