Câmbio começa a quinta estável, cotado ao redor de R$ 5,65
Dólar deve refletir números de inflação americana, varejo no Brasil e decisão do BCE
= Taxa de câmbio (USDBRL): ~R$ 5,65 (0,0%)
= Dollar Index (DXY): ~101,7 pontos (0,0%)
O mercado de divisas deve repercutir a publicação de mais dados econômicos para os EUA, complementando o quadro econômico do país antes da decisão de juros do Federal Reserve da próxima quarta-feira (18). Adicionalmente, investidores reagem à decisão de juros do Banco Central Europeu e dados para o varejo brasileiro.
Agenda do dia (horário de Brasília):
• Palestra do ministro da Fazenda, Fernando Haddad – 08h00min.
• Pesquisa de Mensal de Comércio de julho (IBGE) – 09h00min.
• Decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) – 09h15min.
• Índice de Preços ao Produtor (PPI) nos EUA de agosto (BLS) – 09h30min.
• Pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA (DOL) – 09h30min.
• Palestra da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde – 09h45min.
Novos dados reforçam “pouso suave” O dólar negociado no mercado interbancário apresentava tendência de estabilidade nas primeiras operações desta quinta-feira, quando era cotado ao redor de R$ 5,65 (10h30min), refletindo a publicação de novos dados para os EUA. Os pedidos semanais de auxílio-desemprego se mantiveram praticamente estáveis pela sexta semana consecutiva, com 230 mil novas solicitações na semana e em linha com as estimativas de analistas. Nessas últimas seis semanas, a quantidade de pedidos oscilou entre 228 mil e 234 mil, uma estabilidade incomum para o indicador, que é de alta frequência e habitualmente mais volátil. Esta flutuação reduzida para as solicitações do benefício sugere que o mercado de trabalho americano permanece resiliente e a quantidade de demissões se mantém aproximadamente estáveis, reforçando uma interpretação de “pouso suave” para a economia do país e diminuindo temores de uma recessão no curto prazo. Nesse sentido, assim como na leitura do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de ontem, o PPI apresentou um crescimento modesto no mês de agosto, com um aumento de 0,2% no índice cheio, em linha com as projeções medianas, e de 0,3% em seu núcleo, que exclui os voláteis componentes de alimentação e energia, levemente acima da estimativa mediana de 0,2%. O número sugere que os preços permanecem em estabilização gradativa, porém sem indicar dificuldades de vendas pelas empresas do país. Assim, o conjunto de dados disponíveis para o mês de agosto apontam para um crescimento moderado da atividade produtiva e do mercado de trabalho, que perdem dinamismo vagarosamente, e para uma diminuição gradativa das pressões inflacionárias, o que, por sua vez, reforça a expectativa de uma redução de juros de 0,25 p.p., e não 0,50 p.p., pelo Fed na próxima semana e possivelmente um ritmo mais lento de cortes de juros. Este cenário contribui para manter o valor da moeda americana globalmente, ao diminuir a expectativa de perda de rentabilidade, e para manter o apetite global por riscos, o que favorece o desempenho de ativos como ações, commodities e moedas de países emergentes.
Pedidos semanais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos
Fonte: Federal Reserve Bank of St. Louis. Elaboração: StoneX.
Dados de varejo brasileiro No Brasil, a atenção dos investidores também deve se voltar para a divulgação de novos indicadores de atividade econômica a fim de ajustar expectativas em relação à trajetória da política monetária do país. Ontem, a divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) referente ao mês de julho mostrou crescimento pelo segundo mês consecutivo para o setor e renovou patamar recorde atingido no mês anterior, com 1,2% de ganhos ante junho. Hoje, por sua vez, a divulgação da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) mostrou que as vendas no comércio varejista no Brasil voltaram a crescer no mês de julho, após queda em junho. O aumento foi de 0,6%, recuperando parte da perda de 0,9% do mês anterior. A divulgação desses indicadores deve fortalecer o discurso entre agentes do mercado financeiro de que a economia brasileira permanece resiliente e deve reforçar as apostas para novos aumentos na taxa básica de juros (Selic) no futuro. Em particular, os investidores estão focados na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no dia 18, quando é esperado um novo aumento na taxa básica de juros (Selic), o que, por sua vez, contribui para o fortalecimento do real.
BCE corta juros Adicionalmente, investidores reagem à decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que reduziu sua taxa básica de juros de 3,75% a.a. para 3,50% a.a. Em um contexto de crescimento econômico mais fraco e desaceleração da inflação no bloco econômico, há uma expectativa por novos cortes no futuro, porém dúvidas quanto ao ritmo de que a autoridade implantará. Em seu comunicado, o BCE afirmou que manterá o nível de juros em patamar restritivo pelo tempo necessário para atingir a meta inflacionária de 2% no médio prazo e que “O Conselho não está comprometido com um caminho específico para as taxas”. Com a perspectiva de um afrouxamento monetário contínuo, o euro tem se desvalorizado de forma consistente frente ao dólar, atingindo hoje o menor valor em quatro semanas.
TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e StoneX cmdtyView.
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