Abertura de Câmbio

Câmbio começa sexta em baixa, cotado ao redor de R$ 5,60

 
Leonel Oliveira Mattos
Lucca Bezzon
Vitor Andrioli

 

Dólar deve refletir discussão sobre corte de juros pelo Fed e “prévia do PIB” brasileiro

▼ Taxa de câmbio (USDBRL): ~R$ 5,60 (-0,3%)
▼ Dollar Index (DXY): ~100,9 pontos (-0,3%)

O mercado de divisas deve repercutir uma ampliação das dúvidas sobre a decisão do Federal Reserve da próxima semana, entre um corte de juros de 0,25p.p. ou de 0,50 p.p., após artigo do WSJ sugerir a possibilidade de um corte mais agressivo. Adicionalmente, a leitura do IBC-Br de julho deve influenciar as expectativas para a trajetória dos juros no Brasil.

Agenda do dia (horário de Brasília):

•    Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de julho (BC) – 09h00min.
•    Prévia do Índice de Confiança do Consumidor americano de setembro (UMich) – 11h00min.
•    Boletim Macrofiscal (Ministério da Fazenda) – 14h30min.
•    Produção Industrial na China de agosto (NBS) – 23h00min.
•    Vendas no Varejo na China de agosto (NBS) – 23h00min.
•    Investimento em ativos fixos na China de agosto (NBS) – 23h00min.

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Dúvidas sobre a decisão do Fed O dólar no negociado no mercado interbancário apresentava tendência de X nas primeiras operações desta sexta-feira, quando era negociado ao redor de R$ 5,60 (10h20min), refletindo uma expectativa de ampliação do diferencial de juros brasileiro ante aos EUA. Embora indicadores econômicos recentes, de forma geral, se mostrarem ambíguos e sugerir que há baixa probabilidade de um enfraquecimento abrupto e intenso da economia americana no curto prazo, a possibilidade de um começo mais agressivo para o ciclo de cortes de juros pelo Federal Reserve retornou com força nesta sexta-feira. Primeiramente, um artigo de Nick Timiraos, influente analista do Wall Street Journal, relatou preocupações dentro do Federal Reserve (Fed) sobre manter um nível de aperto monetário excessivamente rígido e sugeriu que os integrantes do Fed podem preferir um começo mais rápido, isto é, uma redução de 0,50 p.p. Na sequência, Will Dudley, ex-presidente do Federal Reserve de New York, declarou em palestra que “acho que há um forte argumento para [um corte de] 50 [pontos-base]” e que “a lógica sugere que eles deveriam ir mais rápido”. Como consequência, as apostas de investidores para uma redução mais agressiva se elevaram, e o mercado futuro de juros se dividiu de maneira muito próxima entre as duas possibilidades. Isto, por sua vez, trouxe maior incerteza para os mercados de ativos e acabou estimulando um comportamento defensivo e avesso ao risco, com perdas do dólar frente a moedas consideradas portos-seguros, como o iene e o franco suíço.

“Prévia do PIB” cai em julho No Brasil, o destaque econômico do dia é a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) referente a julho, que registrou uma queda de 0,4% em relação ao mês anterior. O resultado ficou em linha com a mediana das projeções do mercado, conforme levantamento do Valor Econômico, que já antecipava retração para o indicador. Tal resultado também reflete o desempenho da leitura de junho, que apontou um crescimento de 1,4%, acima do esperado. Conhecido como uma "prévia do PIB", o IBC-Br tem a função de antecipar mensalmente o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB), que é divulgado apenas trimestralmente, auxiliando o Banco Central na condução da política monetária. Em um cenário de incertezas sobre a trajetória da taxa básica de juros (Selic), com o mercado precificando sucessivas elevações dos juros, a divulgação do IBC-Br ganhou relevância destacada para os investidores. Com o resultado de julho alinhado às expectativas, o impacto desse indicador na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para o dia 18, tende a ser limitado, reduzindo a pressão para ajustes imediatos na taxa Selic. Adicionalmente no cenário nacional, deve ser observado durante o dia também a divulgação do Boletim Macrofiscal do ministério da Fazenda, às 14h30min. A política fiscal do governo Lula tem recebido atenção considerável entre os agentes de mercado, particularmente como potencial ponto de pressão inflacionária.
 

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS

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Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e StoneX cmdtyView.
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